sábado, 19 de novembro de 2011

Vacina de DNA

 
Esquema de produção e aplicação das vacinas de DNA

   As vacinas têm sido grandes aliadas no combate às doenças que antes causavam epidemias, e que hoje podem ser controladas através da vacinação. Mas mesmo com os avanços da medicina ainda existem doenças infecciosas que causam centenas e ate milhares de mortes por todo mundo, que não possuem vacinas para o seu combate, dentre elas podemos citar as doenças emergentes, como AIDS e a malaria.
  Dentro desse contexto surgem as vacinas de DNA como uma estratégia no combate dessas doenças.
  As vacinas de DNA se caracterizam no uso de material genético de agentes infecciosos que codificam antígenos. Essa sequência codificada é colocada em vetores. Ao ser administradas em indivíduos esse DNA produz proteínas antigênicas pelas próprias células do indivíduo vacinado e também tem capacidade de induzir respostas imunes especifica celular e humoral com memória. Um importante atributo da vacina de DNA é a apresentação antigênica via moléculas de MHC de classe I e classe II, o que mimetiza o processo resultante de uma infecção natural, ativando linfócitos T CD4+, TCD8+ além da produção de anticorpos.
  O tipo de resposta imune que ocorre após a vacinação depende da via de administração. Quando o DNA é inoculado por via intramuscular, desenvolve-se uma resposta celular com produção de citocinas de padrão Th1, enquanto que a administração da vacina via intradérmica leva a uma resposta humoral do tipo Th2.
  A estrutura da vacina de DNA inclui a clonagem ou fragmentos de genes relacionados à virulência ou patogenicidade de um microrganismo em um plasmídeo, também chamado de vetor. Este plasmídeo é inserido em uma bactéria geralmente Escherichia coli, por transformação bacteriana. A bactéria ao se replicar, permite que o plasmídeo se reproduza em larga escala, o que é fundamental para a produção da vacina.
  Dentre todas essas características da vacina de DNA, outras vantagens da sua utilização e comparada com as vacinas clássicas é a possibilidade de uma produção em larga escala, melhor controle de qualidade e a dispensa de refrigeração, devido à estabilidade de sua temperatura no ambiente, facilitando o transporte e a distribuição. No entanto, temos algumas desvantagens como a possibilidade de integração do plasmídeo ao genoma hospedeiro de maneira danosa ou a exposição do sistema imunológico a altos níveis de proteína antigênica durante o período de expressão do gene.
  Testes rigorosos têm sido feitos para validar as vacinas de DNA para uso em humanos.

  CURIOSIDADE:

 Estudos sobre vacinas de DNA que possam prevenir a doença de Chagas estão sendo feitos. Recentemente pesquisadores conseguiram curar camundongos com o uso da tecnologia das vacinas de DNA, porém faltam investimentos para teste clínicos. Acredita-se que esse mesmo modelo usado na doença de Chagas, possa ser aplicado para outras doenças como a malária, tuberculose ou o HIV.

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